20080921

Penhas da Saúde?

"Carlos Pinto acusa o PNSE de conduzir todo o processo [de ordenamento] “erradamente” e deixa um aviso: “Se querem resolver o problema abram os cordões à bolsa.” O autarca defende a manutenção do bairro mas admite que “meia dúzia (de casas) tenham de ser reformuladas no seu posicionamento”. Susana Proença, JF
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Como o Grémio* descreveu noutros posts, parece que estamos perante mais um sofisma de Carlos Pinto, que tolera a ilegalidade desde que capitalize alguns votos indígenas, a pretexto de um qualquer ordenamento; desde que se construa mais e se "abram [mais] os cordões à bolsa". - Para quê? Para ampliar a vergonhosa "favela de montanha" (1, 2, 3, 4)? - Qualquer dia ainda aparecem a defender indemnizações retroactivas para aqueles que, nos anos 80, perderam os seus "haveres" no lindo bairro "de génese ilegal" que se estendia pela Nave de Santo António. - São autarcas destes que mantêm a Covilhã e o País na cepa torta. - Haverá requalificação possível para um bairro de lata? - Mais que deixar avisos, que tal cumprir a lei, como lhe compete, ordenando a demolição das construções (1, 2, 3, 4) que forem ilegais, a fim de salvaguardar o bem público, antes dos interesses privados. É que, como diz o Cântaro, os cidadãos que querem usufruir da Serra da Estrela na sua qualidade de Parque Natural têm direito a algum asseio ambiental. E esses são a maioria!

5 comentários:

Anónimo disse...

Da Saúde? Quando ali passo até me agonio...

Anónimo disse...

Os chalets viking também haviam de ir à vida... Ou será que pensam reconverte-los em palafitas quando construírem a "Barragem Carlos Pinto", mais abaixo, para aparar o esgoto do casino?

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Como já escrevi no "Cântaro Zangado" e na "Sombra Verde", o que me incomoda não é o facto de as casas serem de zinco. Uma casa é ilegal, ou é de "génese ilegal", quer seja de zinco ou de pedra, quer seja de um operário ou de um industrial.

Não estamos perante casas de primeira habitação, como as que surgiram nas periferias das grandes cidades do litoral português, fruto de movimentos migratórios que não foram acompanhados (em igual velocidade) pela construção de novas casas.

Neste caso, como no da Ria Formosa e outros similares, estamos perante casas de férias. E isto, para mim, faz toda a diferença.

Não terão estas pessoas alguns direitos? Alguns poderão ter, admito! E muito por culpa do poder político que lhes fez promessas, construiu infra-estruturas de apoio e até cobrou (e cobra) valores relativos ao consumo de água e luz (a acreditar nos próprios moradores).

Algum tribunal poderá mesmo considerar que terão alguns direitos adquiridos. Não sei, não sou jurista. Sou apenas um cidadão cumpridor das leis e filho de quem sempre as cumpriu.

Deste modo, e de um ponto de vista moral e ético, estas casas deveriam ser demolidas. Quando muito, estas pessoas poderiam ter algum direito opcional na compra de outras habitações de cariz legal.

Nunca, mas nunca, posso aceitar que se gaste dinheiro dos meus impostos para requalificar habitações de férias de génese ilegal.
Porque isso seria premiar quem, num acto de desafio às leis do país, fez a sua casa de férias num terreno que não era de sua propriedade.

E porque as defende o Presidente de Câmara da Covilhã? Porque sabe muito bem que, em termos eleitorais, é benéfico aparecer como defensor das "forças vivas do concelho", como "homem do povo", qual "D. Quixote" em luta contra os "burocratas de Lisboa"!

Este discurso ainda rende muitos votos e não apenas entre os que lá têm uma casa. Recorde-se que os ditos "burocratas de Lisboa" quase que pedem desculpa por quererem aplicar as leis do país e por querer defender um pedaço de território português que é de todos nós. E não dos que aí decidiram, numa qualquer madrugada, construir uma casa e apropriar-se do que não era seu!

Lembre-se que se não fosse um desses "burocratas de Lisboa", o engenheiro Carlos Pimenta (por sinal, do mesmo partido que o Sr. Carlos Pinto), ainda hoje nos veríamos privados do nosso direito a usufruir da Nave de Santo António ou do Portinho da Arrábida.

O Sr. Carlos Pinto acha por bem defender quem se apropriou do que não era seu...Eu discordo! Eu acho, como português e como covilhanense, que mereço mais e melhor: mereço um Presidente que me defenda a mim e aos meus direitos, ou seja, que defenda os direitos de todos aqueles que sempre cumpriram as leis deste país e que nunca fizeram a sua casinha de férias prejudicando os direitos dos seus compatriotas.

Que mensagem se passará a todos os cidadãos quando se vem defender este tipo de ilegalidades? Que o crime compensa?! Que vale a pena arriscar fazer uma casa ilegal de férias, porque daqui a 20 ou 30 anos virá um político que, para se auto-promover, nos irá defender?!

Então e quem defende quem cumpre as leis? Por acaso fomos toda uma “cambada de otários” por também não termos construído a nossa própria casa de férias nas Penhas?

E se as ditas casas não fossem nas Penhas da Saúde, mas fossem em frente à casa do Sr. Carlos Pinto?! Será que se estas interferissem com as "vistas" da casa do Sr. Presidente, este continuaria a defendê-los?

Repito: acho que merecemos mais e melhor. Merecemos quem defenda o lado de quem cumpre as leis do país, as quais existem para ser cumpridas, quer concordemos com elas, quer discordemos das mesmas.
Não se trata de por as “florezinhas e os animaizinhos” à frente das pessoas. Trata-se de por as pessoas que não cometem ilegalidades à frente das que as cometeram, agora ou há 30 anos atrás.

Eu quero uma pessoa que me defenda a mim e à minha família e que não nos faça sentir parvos por não violarmos as leis que nos deveriam reger a todos. Estou farto de quem defende o “Chico-espertismo” nacional, seja nas Penhas da Saúde ou na “Quinta do Freixo”.

Serei o único a estar farto de não ser defendido? Serei o único a achar que merecemos melhor?

G* disse...

Pugnamos pela prevalência do interesse público, cientes de que, perante as bastas manifestações de incompetência e falta de ética de muitos detentores de cargos públicos, só a constante vigilância e a perseverança dos cidadãos pode defendernos da perversão, quantas vezes por razões obscuras, dos deveres que lhes estão confiados.

O Grémio* congratula-se com a elevação e a lucidez do seu comentário, caro Pedro.

Anónimo disse...

Oa autarcas não são eleitos para fazer cumprir a lei? Não percebo nada desta inversão de papeis.