20081022

Excelência, com Carlos Pinto?

Carlos Pinto lembrou-se agora, reza a imprensa acólita, de pedir ao governo um pólo de excelência, mas ignora-se se de excelência empresarial, tecnológica, industrial, turística, ambiental, urbana ou cívica. É que em todos estes domínios Carlos Pinto pôs o dedo e em nenhum deles conseguiu levar a cabo uma intervenção competente e acertada.
- Quis fazer um parque de ciência e tecnologia no Tortosendo que até agora se reduz a uma zona "industrial": de investigação, inovação e tecnologia nada tem. Carlos Pinto tem revelado, aliás, um condão especial para repelir investigadores e empresas, bem patente na fraca qualificação das pessoas de que se rodeia (ou que o toleram) e na escassa fundamentação técnica das acções que põe em prática, como no caso do abbate dos sobreiros;
- Quis "remodelar" o Pelourinho e, incapaz de promover um concurso de ideias e envolver os actores sociais mais interesados, acabou com o Pelourinho enquanto praça pública, arruinando por arrasto o comércio tradicional;
- Quis recuperar a zona antiga da cidade e criou uma Sociedade de Reabilitação Urbana que até agora pouco mais fez que demolir e esventrar quarteirões ou alimentar-se a si mesma. Dela, o prof. Esgalhado pouca notícia dá...;
- Quis fazer, ou sonhou, com uma cidade, a "Grande Covilhã" e não fez mais que espalhar loteamentos desconexos entre circunvalações e crateras, onde não há uma rua digna nem se descortina algum princípio orientador;
- Quis fazer uma "aldeia de montanha" nas Penhas da Saúde e tolerou que aquilo se transformasse num subúrbio pretensioso, contrariando a linha de qualificação iniciada nos anos 70;
- Quis fazer um colégio internacional, ao qual ofereceu privilegios obscenos, e foi um logro;
- Quis fazer um centro de artes e desistiu, defraudando as expectativas dos compradores;
- Quis desactivar o (antigo) mercado a pretexto de construir um novo, primeiro no campo das festas, depois no famigerado Gameiro. Oferecido o mercado para estacionamento e um Call Center, anuncia-se a desistência do concurso para o novo mercado;
- Quis fazer passar a ideia de que a Câmara se opunha à criação do Pólo turístico da Serra da Estrela, sem que a Assembleia Municipal tivesse abordado o assunto, envolvendo-se numa lamentável quezília pública que sugere motivações pessoais...;
- Como se não bastasse confundir-se com a Câmara, envolveu-se numa trapalhada de comunicados que desacreditou também o funcionamento democrático da Comurbeiras;
- Quis fazer um discurso de comemoração da elevação da covilhã a cidade e não passou do latimbório trauliteiro a que nos habituou, que envergonha qualquer republicano de boa cepa.
- Excelência? - Há pessoas que não se enxergam, não há?

13 comentários:

"O Padrinho" disse...

E que trapalhada esse comunicado!!

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/e6022bc9f39b2b9f8aa193.html

Anónimo disse...

Quanto mais anos está no poder mais soberba demonstra. E tem feito escola, a pensar naqueles que andam aí a proclamá-lo indispensável (talvez para fazerem a sua vidinha à pala). A Covilhã está num impasse e caciques destes fazem muito mal à generalidade da sociedade, embora possam fazer bem a quem tem cartão ou come com eles. Carlos Pinto distribuiu muitos favores ao longo destes anos(chama-se a isso instrumentalizar o cargo para fins eleitoralistas ou outros...) e tem vivido á custa do rendimento eleitoral de tais práticas. Mas o povo e os seus compinchas andam cansados. E isto tende a piorar se não aparecerem alternativas, mesmo dentro do PSD. O comunicado divulgado hoje prova que nem todos os políticos são paus mandados à mercê. Tal demarcação só os dignifica.

Anónimo disse...

Antes de mais queria deixar bem claro que eu não defendo o Srº Carlos Pinto, muito pelo contrário.
Mas sinceramente custa-me passear por estes blogs e ver o que vejo.
Tudo serve para criticar. Se faz é porque faz, se não faz é porque não faz. Será que a pobre alma do Srº Carlos Pinto nc fez nada de jeito?
O que me custa também é assistir a um fenómeno engraçado que passo a explicar.
Eu se for a um hospital e disser: "Sou um autodidata. Aprendi medicina por mim próprio. Quero exercer.". Toda a gente se irá rir na minha cara. E com razão.
Então porque será que toda a gente, quer o senhor Carlos Pinto, quer os comentadores e autores dos mais diversos blogs que proliferam pela zona da Covilhã acham que podem, devem ou têm competencia para analisar opções políticas?
A política não é polítiquice cm as que aparecem por aqui nestes comentários, nestes posts e nas acções da maioria dos nossos políticos.
Pq é que toda a gente acha, mesmo quem nc teve formação política que tem alguma autoridade na matéria para fazer comentários políticos e analisar decisões?
Mas agora são todos Marcelos Rebelos de Sousa?
Por favor enxerguem-se e limitem-se a fazer aquilo para o que estão habilitados.
Quem fala de política fala de jornalismo.
Nem tudo é discutível, nem tudo é criticavel.
Faz-me confusão acharem que política é analisada assim ao de leve. Que a política é o bitaite de café. O insulto. As ilações barrocas e desconexas. O insulto. A indução. A desconfiança. A dedução.
Acordem.

Enfim.

O eterno anónimo.

Anónimo disse...

Quer o "eterno anónimo" dizer que a política é uma área tão especializada reservada aos iniciados? Não será a política, ao contrário, demasiado séria para ser deixada aos políticos "profissionais"?

Não me parece que o Grémo tenha insultado quem quer que fosse. Pelo contrário, parecem-me bem mais pouco higiénicas algumas afirmações de certos políticos que nos insultam a inteligência de cada vez que abrem a boca ou descerram uma lápide numa obra desnecessária.

Carlos Pinto, como bem sabe, gosta de asfixiar a diferença de opinião. Sobre os meios com que acossa muito haveria a dizer. Talvez até o seu anonimato se deva ao conhecimento ou à suspeita de que tais métodos, próprios do fascismo, estão bem oleados na Covilhã e lhe podem bater à porta.

Enquanto indivíduo ele não merece tanta citação. O que tem de ser combatido é aquela maneira de fazer política. E os meios de fazer política, para quem não tem escrúpulos ou é intrinsecamente rude, são muito desiguais meu caro.

Não vemos qualquer mérito em apodrecer no cargo ou em designar dinásticamente sucessores. Tem isso a ver com democracia, onde a limitação dos mandatos como forma de prevenir certos vícios deveria ser a regra?

Muito mais haveria a dizer em abono da discórdia que tenho consigo, sem ter necessidade de o insultar como é prática nalguns órgãos autárquicos da cidade. Intuo que o anónimo também sabe porquê.

Anónimo disse...

Estou de acordo consigo em alguns pontos meu caro.
Mas não me parece que todo e qualquer um possa comentar banalmente opções políticas. Chegou-se a um estado de coisas em que toda a gente tem algo a dizer.
É sobre o TGV, é sobre a OTA, é sobre o Orçamento. Custa-me. Custa-me ver quem não tem conhecimentos de economia, de finanças, de direito, etc, andar por aqui e por outros lados a dar opiniões sobre como aplicar dinheiro, sobre estratégia, sobre planeamento.
Na Covilhã tudo se critica, nada de bom é feito.
Acha que a Covilhã é a mesma de à 20 anos atrás?
Não há boas iniciativas?
Há muito de mau é certo, mas caramba, será o Carlos Pinto e a corja da Covilhã os únicos que devem levar com as frustrações do quotidiano?
Sim, a política devia ser reservada. Mas talvez tenhamos opinioes diferentes sobre politica.
Há a politica e há a politiquice.

ljma disse...

Eterno anónimo, era o que faltava que num estado de direito democrático a tomada de posições políticas fosse reservada só a alguns. Como é que se justificaria o direito de voto daqueles outros a quem o direito de opinar fosse negado, por não serem "Marcelos Rebelos de Sousa"? É que se não são cidadãos de pleno direito para ter opinião num debate, são-o o suficiente para a manifestar no voto? Qual a validade de um tal voto?

Quem escolheria os "Marcelos Rebelos de Sousa" e de que modo seria essa escolha feita?

O direito de opinar está no cerne da democracia. E não se trata do direito de opinar em privado. Trata-se do direito de participar em discussões públicas, de escrever em blogs e em jornais (condicionado, claro está, à decisão do corpo editorial), o de escrever aos deputados, o de participar na assembleia municipal, o de participar em reuniões, o de constituir movimentos de opinião e partidos, etc. Há limites? Claro, e quando são transpostos tornam o que os transpôs passível de processo por difamação ou similar. Esses limites não são muito bem definidos (dependem de pessoa para pessoa, de época para época); seja como for, francamente, não me parece que tenha sido o caso aqui.

E não é só para opinar publicamente que não são requeridas (nem desejáveis) habilitações. Para ser eleito também não! Ora, como é que alguém pode convencer os restantes a votarem nele, se não lhe for permitido opinar e debater, por falta de habilitações?

Saudações democráticas!

Anónimo disse...

Ninguém disse o contrário.
Opinem à vontade.
Mas há uma grande diferença entre ter uma opinião e demonstra-la e essa opinião ser válida e atendível.
Não se exalte pois ninguém lhe quer tirar o seu precioso voto.
Mas é engraçado, provavelmente são os votos dos menos instruídos que dão as vitórias aos nossos Carlos Pintos contra quem toda a gente manda vir.
Ter opinião todos a podem ter, isso não está em causa. Ter opiniões diferentes também não. Aliás, estamos aqui a debater e temos opiniões diferentes. Mas contrariar apenas por contrariar sem se basear num conhecimento de causa é que não.
Não se revoltem contra o Carlos Pinto meus caros.
Revoltem-se contra quem o pôs no poder. Esses sim são os culpados.

ljma disse...

Só mais uma coisinha. Como é óbvio, o facto de achar que todos (incluindo o grémio*) temos o direito de opinar sobre tudo, não significa que concorde com o que todos (incluindo o grémio*) opinam.

Como dizia Voltaire a um seu adversário, "Não concordo com o que diz, mas bater-me-ei até à morte para que o possa continuar a dizer".

Anónimo disse...

O Grémio esqueceu a grande promessa
eleitoral do sõ pinto em 2005, a MICROSOFT. Imperdoável.

Anónimo disse...

Totalmente de acordo com o anónimo das 09:20. A culpa (ou mérito) de termos Carlos Pinto na Câmara é da população do concelho. A democracia é o único regime em que está garantido que não teremos mais do que o que merecemos.

Mas a culpa (ou o mérito) das opções de Carlos Pinto cabe-lhe todinha a ele.

Anónimo disse...

Anónimo falso, por favor use outro nome. LOL.
É mais ou menos assim.
Antes das eleições é apresentado um programa eleitoral. Quem não concorda não vota.
Se mente à primeira, não votem nele à segunda.

Anónimo disse...

É mais ou menos assim, sim (à parte alguns detalhes que se prendem com práticas discutíveis, habituais dos políticos demagogicamente populistas, como é Carlos Pinto). Por isso digo que só temos o que merecemos. O que não quer dizer que fiquemos contentes com isso, até porque nem todos votámos nele. E não é porque a maioria votou em Carlos Pinto que passou a ser correcto tudo o que ele diz e faz. E por isso cá estamos a opinar, no nosso direito.

Não é preciso ser Marcelo Rebelo de Sousa para opinar, nem é preciso estar do lado da maioria. E estar contra a opinião da maioria não significa necessariamente que não se tem razão.

E disse...

Fantástico texto, claro conciso elucidativo.

O texto tem o condão de desmascarar o político demagogo e populista que é C.P.

Na Guarda também tivemos um autarca da mesma estirpe - embora não tão virulenta - que acabou na prisão.

Acaba de fazer mais pela região que muitos políticos em décadas.

Estou a pensar em reproduzir uma citação deste seu texto no meu blog.