20081015

O Ambiente segundo Carlos Pinto

De cada vez que fala, melhor transparece o que o move. Carlos Pinto parece confundir-se com a Câmara e comenta a reclassificação de terrenos no Tortosendo com declarações deste jaez: “de vez em quando vêm umas pessoas de fora, não se sabe de onde, com posições reaccionárias que é o que caracteriza essa associação” ou “a Quercus é um negócio e por isso tem pouca credibilidade na CMC”. (RCB) (+)

Para um autarca com a pretensão de tornar aquela Zona Industrial um Parque de Ciência, fica mal não dar lugar ao conhecimento. É que não tem razão quem quer. - Não haverá na Câmara quem explique a Carlos Pinto que as empresas tecnológicas e os investigadores "de ponta" são geralmente alérgicos à opacidade destes procedimentos e ao mau ambiente provocado pelo "modelo de ordenamento" que vem infligindo ao concelho? - Não haverá quem lhe explique que a degradação ambiental que a sua "política urbana" tem provocado lesará o bem público (de que a economia é apenas uma ínfima parte) a longo prazo? Não haverá quem lhe explique (alguém como o Paulo Rosa, enfim), que a sua postura pode mesmo revelar um desfasamento cultural confrangedor? - Citando Antero, contristam-nos "as misérias morais dos homens que pela posição, pela autoridade, pelos anos, têm missão de dar o exemplo". Pesaroso, o Grémio* tem a franqueza caridosa de lho dizer.

8 comentários:

Anónimo disse...

"Não tenho nada contra o PSD ou contra o PS. Ficaria contente se a Covilhã tivesse um presidente do PSD como António Capucho (Cascais) ou um do PS como Joaquim Morão (Castelo Branco). Não vejo é grande futuro para a Covilhã enquanto ela for governada por um arrogante demagogo, populista e manipulador como é Carlos Pinto. Que por acaso é do PSD, mas até podia ser do BE, vinha a dar no mesmo. Entendo que é sinal da pequenez confrangedora da nossa terra que uma alternativa real a este Alberto João Jardim da Beira Interior não se consiga afirmar em nenhum partido (começando pelo próprio PSD). Portanto, não me peçam alternativas no PC no BE, ou onde quer que seja. O problema, quanto a mim, é não haver alternativas, seja em que partido for." Extraído do Carpinteira

Anónimo disse...

Como as palavras centenárias de Antero de Quental ainda se aplicam aqui com muita propriedade. Trágico é que a falta de qualidade dos políticos não é exclusiva da Covilhã. Como podem pessoas destas perpetuar-se no poder é o que me pergunto. Se lessem Antero talvez compreendessem mais qualquer coisa sobre ética republicana. Obrigado por mo relembrar.

Anónimo disse...

"apesar das tentativas, nem a Câmara nem nenhuma fonte governamental conseguiu explicar ao Diário XXI de que investimentos se tratam. A mudança de uso dos terrenos, propriedade de privados, obriga a fazer um Plano de Pormenor que defina nova ocupação, substituindo o PDM."

Anónimo disse...

Jacques Julliard escreveu uma vez que a democracia é a arte de nos livrarmos dos homens indispensáveis.

Anónimo disse...

a citação de Antero não traz nada de novo ao que acba de dizer. o problema é a vossa incapacidade para lidarem com o poder eleito democraticamente

Anónimo disse...

Vou-me centrar num aspecto marginal ao post, mas que em meu entender é mais revelador que tudo o resto.

Dividir os cidadãos entre os que "vêm de fora" e os "naturais", como faz Carlos Pinto, revela uma mente absolutamente primária, que equivale à distinção feita noutros tempos, a que de resto este ídolo parece pertencer, em que se distinguiam os cristãos novos dos outros, os pretos dos brancos, os de sangue azul da arraia, dotando-os de privilégios conformes à sua condição.

Pelos vistos, dada a cobertura ou apatia que a sociedade covilhanense dá a declarações destas vindas de um "responsável" público, as coisas na Covilhã mudaram pouco.

Este senhor não só também "veio de fora" como esquece os milhares de metecos que fizeram a cidade que ele anda a abastardar, aqueles que, de todo o país e não só, durante séculos vieram TRABALHAR para a Covilhã e cá ficaram, ou não.

Anónimo disse...

Ser eleito democraticamente justifica tudo? A democracia só se exerce de 4 em 4 anos? Que infelicidade...

Anónimo disse...

"incapacidade para lidarem com o poder eleito democraticamente"?
Alguém tem problemas para lidar com o poder eleito democraticamente? Eu não tenho. Nenhum.

Nem problemas (nenhuns) em criticá-lo, que não é por ter sido eleito democraticamente que passa a ser infalível ou não sujeito a escrutínio.

Aliás, parece-me que quem não admite a crítica, quem a desvaloriza desta forma é que tem problemas com a vida democrática e dificuldades em lidar com o poder democraticamente eleito. É que lidar com o poder não é fazer vénias e dizer amen. Proncipalmente com o poder democraticamente eleito.