Desperdiçado outro mandato para se afirmar como alternativa política ou liderar a oposição autárquica, o PS Covilhã tornou-se invisível, ou conivente, desde que Carlos Pinto chegou ao poder. Haverá mistérios e razões insondáveis ou foi a simples gestão das expectativas pelo mínimo denominador comum (o cargo) que ditou esta postura suicidária? Certo é que a paz podre e o silêncio, distintivos bafientos do tuga, pagam-se com o descrédito e o desalento. A política não se faz com comunicados. Faz-se com tomadas de posição pública e com pensamento próprio, no embate frontal com a realidade. Consciência que o comunicado em que Telma Madaleno anuncia a demissão da concelhia do PS não apresenta, pois fica-se por questões orgânicas, esquecendo a cidade. Sentindo embora a omissão dos nomes (são conhecidos, mas era importante referi-los), o Grémio* deixa-vos alguns excertos, com dó:
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"A actual Comissão Política Concelhia candidatou-se à liderança do PS Covilhã com um projecto bem definido... onde existisse comunicação entre os militantes de base e os órgãos do partido... onde Vereadores e Deputados Municipais falassem a uma só voz, que seria a voz de todos os militantes... um espaço de diálogo, de avaliação e de discussão dos caminhos do futuro... concretizamos muitos dos nossos objectivos ... através de reuniões... Criámos o site... Definimos um projecto para vencer a câmara... Quisemos acreditar que era possível... Este era o nosso ideal... Deparámo-nos com um PS Covilhã totalmente fragmentado por interesses pessoais, por militantes com insaciável sede de poder... apostados em derrubar esta comissão. Criticaram todas as opções apresentadas no que concerne à escolha de um candidato à câmara... não apresentaram qualquer nome... declinaram o convite... enquanto na Assembleia Municipal se reservaram a um silêncio sepulcral... não nos resta outra alternativa senão a demissão... os principais opositores ao nosso projecto apresentem soluções viáveis... Não achincalharemos o partido nem a equipa... através de falsas informações passadas para a comunicação social, como sejam escolhas de prováveis candidatos à câmara... as maiores felicidades à futura Comissão Política."
Com o PSD concelhio transformado num partido unipessoal - quando cair, cai de vez -, saibam os outros partidos (PCP e BE) aproveitar o espaço para aumentar a sua visibilidade, convocando questões estruturais da política autárquica, se se acharem capazes.
20090203
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3 comentários:
A Telma fez o melhor que podia fazer. Demonstrou que não estava agarrada ao cargo e demitiu-se com dignidade. Aqueles que a contestaram t~em o dever moral de avançar.
O NC traz todos os nomes: "Concelhia socialista demite-se Telma Madaleno bate com a porta
A direcção da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista da Covilhã, liderada por Telma Madaleno, demitiu-se no último domingo, 1, por entender que já não reunia condições para prosseguir o trabalho iniciado em Abril do ano passado
Nos últimos meses foram vários os elementos da concelhia a abandonarem as suas funções, por não concordarem com o rumo seguido por Telma Madaleno. Na semana passada destacados militantes, como é o caso de Hélio Fazendeiro, saíram também do secretariado, o que indiciava que a presidente se deparava com problemas internos.
Em comunicado, Telma Madaleno diz que se deparou com um partido “totalmente fragmentado por interesses pessoais” e com a oposição de “grupos previamente organizados e apostados em derrubar a comissão”, que criticaram os nomes apontados para uma candidatura à câmara, sem apresentarem alternativas.
No mesmo documento, sem mencionar nomes, acusa elementos dessa oposição dentro do próprio partido de se “demitirem das suas funções”, nomeadamente ao recusarem o convite para serem candidatos. Noutros casos, refere, houve quem confundisse as funções na concelhia com as funções na Assembleia Municipal, a ponto de esses eleitos não se terem empenhado, acusa a presidente demissionária.
Telma Madaleno aponta ainda o dedo a “elementos que suspenderam as suas funções há seis meses, retomando-as com o único intuito de fazer crítica negativa nas duas últimas reuniões da Comissão, enquanto na Assembleia Municipal se reservaram a um silêncio sepulcral”, critica, numa referência à reunião de Dezembro, em que a própria esteve ausente, vários deputados pediram substituição e o PS não fez qualquer intervenção.
Divergências duram há meses
“Esperamos agora que os principais opositores ao nosso projecto apresentem soluções viáveis”, desafia Telma Madaleno, que se mostra disponível para dar o seu contributo ao PS da Covilhã, “até porque fomos os responsáveis pela construção de parte do caminho que poderá conduzir o partido à vitória”, sublinha.
A até agora presidente da concelhia socialista promete ainda no comunicado “não achincalhar o partido nem a equipa que estiver à frente da Comissão Política”.
Há vários meses que se nota a dissonância entre os dois vereadores na Câmara da Covilhã e Telma Madaleno. Miguel Nascimento e Vítor Pereira passaram, inclusive, a praticamente não intervir nas reuniões camarárias. Também na Assembleia Municipal eram notórias cisões no seio da bancada socialista.
Nos últimos meses foram também vários os nomes de potenciais candidatos à Câmara da Covilhã tornados públicos, sem que fossem confirmados por Telma Madaleno. A excepção foi Margarida Lino, que aceitou o convite. Mas essa possibilidade foi rejeitada por vários militantes.
Em Setembro Nelson Silva e Hélder Morais demitiram-se da concelhia e outras vozes críticas fizeram-se ouvir. Foi o caso de Carlos Casteleiro, ex-candidato à autarquia covilhanense, que acabou também por se afastar. Na reunião de 26 de Janeiro, para além de Hélio Fazendeiro, também Artur Patuleia bateram com a parta do secretariado. José Miguel Oliveira e Nuno Pedro decidiram também deixar de fazer parte da comissão política concelhia. No mesmo encontro de trabalho José Trindade Branco apresentou uma moção de censura à direcção de Telma Madaleno." 05-02-2009 ARR
Bom e são estes senhores a oposição seria e credivel a Carlos Pinto?
Eles nem sabem tomar conta da cas deles quanto mais a Camara.
Com tudo isto quem perde e a Cidade e o Concelho, depois ficam admirados com o descredito da classe politica.
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