20090303

Caridade(zinha) de Carlos Pinto

"Medidas da Câmara da Covilhã para combater a crise: Hoje, todos os Tortosendenses receberam por correio uma boa noticia por parte da Câmara Municipal da Covilhã, a qual decidiu isentar de pagamento o custo do serviço de refeição e do prolongamento de horário de todas as crianças dos Jardins de Infância e EB1 do Concelho da Covilhã. Entrando a medida em vigor a partir do dia 02 de Janeiro de 2009. É de louvar actos como este, em que todos os pais que têm filhos em idade escolar agradecem..."
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Agradecerão. Mas esta aparente "boa notícia" não faz esquecer o essencial: a cobertura de creches (nos jardins de infância a situação é um puco melhor) não responde às necessidades do município, como demonstram as longas listas de espera nas instituições públicas e privadas. Os elevados preços praticados para as crianças que têm vaga são consequência desse desajustamento. Os pais conhecem bem a situação e desenrascam-se como podem... sujeitando-se a atravessar a cidade várias vezes ao dia para deixarem as crianças nas instituições, nos avós ou em amas. Grande parte do tráfego tem essa causa, aliada ao deficiente planeamento urbano.

Se nestes quatro mandatos a Câmara pouco se importou com isso, por que vem agora mostrar procupação? Será mesmo pela crise? Por amor? - Não seria mais acertado e verdadeiramente estrutural, em vez dos aeroportos e do forró com que nos insultam a inteligência, apostar no que é importante, na criação de equipamentos de apoio à família, em vez de lançar umas migalhas aos pais em ano eleitoral, abrangindo injustamente os que podem e os que não podem pagar?

2 comentários:

Anónimo disse...

No PS (Post Scriptum, para que não haja dúvidas) diz-se que a isenção não é aplicável a quem tenha mensalidades por liquidar! Quem tinha dificuldades e não pagava, tem de continuar a pagar; quem pagava, vai deixar de pagar. A prova de que estas medidas não visam as famílias com dificuldades, visam as eleições de Outubro, simplesmente.

Anónimo disse...

Então e as crianças pobres ou em risco de pobreza, aquelas cujos pais não podem pagar estes serviços ou moram em aldeias onde a escola fechou, não beneficiam desta esmola? Não têm direito? A "isenção" começa agora e vigora até quando?

Infelizmente, não é só neste concelho que se gasta o que se tem e o que não se tem em comezainas e festarolas de propaganda. A falta de qualidade dos políticos mete dó, mas a dimensão da vergonha que assola o país (a fome) percebe-se nestes dois artigos:

http://www.micportugal.org/index.htm?no=2200897

http://www.micportugal.org/index.htm?no=2200899