20090420
"Direito à honra e direito à informação"
"É evidente que os políticos, como os sem-abrigo, o Papa ou um vigarista, têm direito a defender a sua honra. A questão, de fundo, é a de saber qual o núcleo da honra que um político, em concreto, tem o direito de defender. Quando eu digo que um vizinho meu mentiu e que mente sistematicamente, posso eventualmente ofender a sua honra, mas quando alguém diz que o primeiro-ministro mentiu ou mente sistematicamente ao divulgar certos números ou informações respeitantes à governação, não passa (ou não deveria passar) pela cabeça de ninguém que o autor dessa afirmação tenha de responder em tribunal por ter divulgado publicamente a sua opinião. Na verdade, a importância de um debate livre de ideias, opiniões e informações no que respeita ao governo da república não levantará muitas dúvidas numa sociedade democrática, pelo que o que importa saber é como se resolve em concreto o conflito entre o direito à honra e o direito à informação. Em Portugal, ainda há muitos tribunais e muitas pessoas que entendem que o direito à honra tem uma proeminência hierárquica em relação a outros direitos, como o direito à informação e que, por isso mesmo, quando há conflito entre os dois direitos, haverá que reprimir o direito à informação para que possa brilhar, em todo o seu esplendor, a honra imaculada do visado. :) Sobretudo quando o visado ocupa um lugar de destaque na sociedade, caso em que a honra a defender é entendida em termos tão amplos que serão censuráveis quaisquer expressões que, de qualquer forma, ponham em causa a imagem pública do visado ou que de qualquer forma o critiquem ou o apresentem sob um ângulo ou luz desfavorável. Em Portugal, entende-se muitas vezes que o direito à honra confere ao visado um direito a não ser criticado e que, quanto mais alto estiver na hierarquia social ou do Estado, menos toleráveis serão as críticas ou os ataques. Saloiices nacionais: a defesa da honra é considerada como impondo uma obrigação de silêncio a terceiros que ficariam inibidos de criticar o alto visado ou de noticiar os aspectos da sua vida que este considera não serem publicamente relevantes..."Francisco Teixeira da Mota, Público, 18 Abr
Temas:
Portugal - civismo
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Na minha modesta opinião o problema são as pessoas. Assim defendo as seguintes medidas:
1. Despedir os funcionários públicos que recebem mais de 1000 euros;
2. Encerrar câmaras em concelhos com mesmos de 30.000 habitantes e despedir os seus trabalhadores (não faz sentido que em alguns concelhos a maior entidade empregadora sejam as câmaras municipais);
3. Encerrar/vender todas as empresas municipais que apresentem resultados líquidos negativos durante dois períodos consecutivos;
4. Impedir qualquer funcionário público de acumulação (médicos, professores, juízes incluídos);
5. Criar uma bolsa de recrutamento nacional para funcionários públicos (mesmo os autárquicos) de onde sairiam todos os funcionários públicos onde os critérios seriam a média do curso e a experiência profissional (as entrevistas só servem para as cunhas) - não faz sentido continuar a contratar os piores para o sector público através de cunhas e compadrios;
6. Criar uma tabela de habilitações académicas para cada profissão;
7. Criar um gestor para cada um dos tribunais que actualmente é uma vergonha o desgoverno dos tribunais;
8. Gerir os hospitais por profissionais da área de gestão, não por médicos que nada sabem de gestão;
9. Avaliar os professores e voltar a colocar um ensino sério e exigente no país. Acabar como que existe actualmente em que todos passam;
10. Converter o ensino politécnico em ensino profissional pois os professores dos politécnicos são de fraca qualidade e muitos deles apenas têm formação técnica que adquiriram em universidades privadas e públicas de terceira classe;
11. Criar uma única caixa de aposentação para todos e um único serviço de saúde com iguais regalias;
12. Limitar os mandatos dos políticos para dois mandatos;
DOZE medidas para que Portugal sobreviva, se isto não for feito em menos de um ano estamos em REVOLUÇÃO ou em guerra civil...
Enviar um comentário