20090926
O primado da política sobre a economia
"Não é preciso ser-se grande especialista em coisa alguma para perceber ou intuir que, após ter reinado perto de cem anos, o paradigma da ditadura da economia se esgotou, seja na versão do Estado totalitário (nacionalização dos meios de produção), seja na ressucitada versão fisiocrática do laissez faire, laissez passer (privatização dos meios de produção). As ilusões de uns e de outros esvaíram-se... O primado da política sobre a economia, isto é, a definição e concretização de políticas públicas na saúde, na segurança social, na educação, na ciência, na cultura, nos transportes, nas comunicações, na energia, enfim, em áreas estratégicas, teve como efeito não só o desenvolvimento económico, mas também o decréscimo sustentado das desigualdades sociais. Pelo contrário, com Reagan e o tatcherismo [e o cavaquismo, dizemos nós], a liquidação da função social do Estado, o dogma do "Estado mínimo", fizeram recuar a desigualdade social nesses países às proporções em que ela se encontrava por volta de 1930. É certo que a economia cresceu... até rebentar. Ao mesmo tempo, porém, cresceu também, como nunca antes, a miséria no mundo." Mário Vieira de Carvalho, "Menos estado mais desigualdade", Público
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