20090905

"Off-shores Municipais"

"Com o apertar das regras de fiscalização e controlo das contas dos municípios, as empresas municipais rapidamente se tornaram numa ferramenta de torneio da Lei e da transparência na gestão dos municípios. Os Municípios criaram Empresas Municipais que prosseguem fins que são da competência das Câmaras Municipais, quer a nível da Cultura ou do Turismo, quer a nível da gestão corrente do Município. Tudo isto com uma agravante, os próprios eleitos – Presidentes, Vice-Presidentes e Vereadores – passaram a integrar a Administração dessas mesmas Empresas... tudo como se de um Paraíso Fiscal se tratasse, onde os autarcas continuam a exercer os seus pelouros, mas sem a fiscalização e as exigências financeiras que a Lei impõe aos Municípios e, mais importante, sem os entraves impostos aos Orçamentos das Câmaras Municipais. Existe ainda uma outra virtualidade nestes “off-shores” Municipais: a colocação de correligionários políticos, seus familiares e afins..." Pedro Leal Salvado, a23

1 comentário:

SOARES MILHEIRO disse...

Caro Drº Leal Salvado

Os políticos «de todos os quadrantes» reconhecem as dificuldades do interior, logo devem dar expressão ao que dizem, só assim, seremos um país solidário e justo. Aliás, já alguém disse que a melhor maneira de ajudar o litoral é investir no interior...,

Por maior e empenhado esforço que os autarcas façam, é preciso que o Governo - seja de que cor política for; não deixe de olhar para o país como um todo; evitando, assim, o abandono de uma grande faixa do território nacional. O papel do Estado não deve ser reduzido, antes pelo contrário, há que discriminar positivamente o interior do país; atacando com coragem o grave problema da desertificação.

Portugal, é um Estado altamente centralista, o país europeu que menos equitativamente redistribui os dinheiros públicos.
A desertificação das actividades humanas é alarmante no território nacional, fruto do abandono da agricultura, da falta de investimentos, de empregos, das escassas infra-estruturas.

Que medidas / programa de acção têm o ilustre Drº LEAL SALVADO, para contrariar o encerramento maciço de estruturas de serviços públicos, pilares fundamentais da qualidade de vida local? Nos domínios da saúde, da educação, dos tribunais, da segurança, dos transportes públicos ferroviários e rodoviários, etc... Nenhum governo, se pode guiar apenas por critérios estatísticos, o encerramento massivo de serviços públicos, deveria estar sujeito a estudos de impacto social.

Pela análise do PIDACC , constata-se quebras dramáticas para o interior. O programa PRACE parece só ter a vertente orçamental de contenção de custos, como lógica para o Interior esquecido... O mesmo interior pelo qual se candidata o seu camarada SÓCRATES.

Quais os investimentos que o Drº Leal Salvado considera prioritários para o interior?
Essas vossas opções estratégicas não são antagónicas com o actual modelo territorial por vós (PS) preconizado, para a Região Beira Interior?

O interior não precisa de " caridadezinha ", exige que lhe dêem a oportunidade de sobreviver, e de se desenvolver em pé de igualdade de direitos com o resto do país.
O QREN é a última oportunidade para o lançamento de um de um Plano Nacional de Equilíbrio do Território.
Assiste-se à deslocalização, de recursos humanos, de empresas e investimentos. Tem-se acentuado as políticas erradas de ordenamento.
A Lei das Finanças Locais, vai acentuar as assimetrias regionais. Imagine-se mais penalizadora para os municípios do interior e com menos habitantes.
O Mapa PIN de Portugal é, ele próprio, o espelho do Mapa da Desertificação, do Desequilíbrio e do Despovoamento, concentra os grandes investimentos no litoral, sendo pouco significativo o número dos que se irão implantar no interior de Portugal.

Quais os investimentos previstos para a Beira Interior? E qual o seu plano de execução, durante a vigência do QREN?

Esta política dos camaradas PS de abandono do interior, é uma política cega, obcecada por meros critérios quantitativos.
O turismo cultural é e continuará a ser um vector a explorar, a gastronomia, os produtos endógenos, a cultura, o património arquitectónico e religioso, mas os investimentos escasseiam e são burocraticamente morosos.
O país não pode continuar a desperdiçar oportunidades... A NOSSA querida " BEIRA ", arrisca-se a ser um imenso espaço desertificado….

Atentamente
Carlos Soares Milheiro (Engº)
Freguesia da CAPINHA