20100601

"É verdade que a marca Covilhã aparece todos os dias na televisão e jornais, à custa da "parolada" que rodeia a selecção nacional de futebol. A Covilhã aproveita o circo mediático criado à volta das pernas do Pepe, do tendão de aquiles do Tiago ou da "irracionalidade" pré hecatombe de Carlos Queirós. A Covilhã mostra-se, projecta-se, divulga-se. A Câmara dá medalhas aos jogadores e homenageia Madaíl (porquê, isso já é outra conversa), o povo acorre, as imagens passam na comunicação social até ao nojo (a notícia pode ser a de que um jogador tem um pentelho encravado!). Desgraçados de nós que somos bombardeados por inutilidades e por trivialidades, numa crescente estupidificação (aquela dos jogadores a brincar aos militares deu-me mesmo vontade de rir). Sim, mas é verdade que o nome da Covilhã passa, repassa, há-de ser fixado... e as cidades têm direito a campanhas assim, a querem ficar ligadas a coisas assim. Não a um grande evento cultural mas a uma colónia de férias de futebolistas, por exemplo. São escolhas. Há cidades que crescem desordenadamente, não sabem o que fazer com os desempregados, não têm política cultural, continuam provincianas e aparoladas, viram as costas ao que têm de melhor (como as universidades e as entidades artísticas), mas gastam milhões a "projectar" a "imagem", e embebedar-se de marketing. Chamam-lhe investimento mas em geral não passa de um exercício de narcisismo dos seus autarcas. Espero que não seja isto que se verifica na Covilhã e espero que o grande investimento que está a ser feito pela Covilhã tenha algum retorno. Espero que a Covilhã, depois disto, não volte a ser outra vez um lugar de passagem para um destino de neve (o grande equívoco da nossa Serra). Espero que não se esteja a gastar tanto dinheiro para que logo que a selecção saia da terra tudo fique na mesma. Espero que tudo não se trate de fogo de artifício, pior, de fogo fátuo." Café Mondego

Sem comentários: