20100701

Mercado Municipal: um esclarecimento

Em reacção ao último post sobre a eventual migração do Mercado Municipal para o Campo das Festas, deu entrada no Grémio* um louvável esclarecimento do visado, presidente da AECBP, que abaixo transcrevemos.

Identificando com lucidez os aspectos determinantes deste projecto, cujas motivações nunca foram devidamente explicadas pela Câmara, Miguel Bernardo traz a público um interessante contributo para a discussão da necessidade e da oportunidade desta (falsa) urgência.

Do ponto de vista cívico, a instrutiva clarificação da sua posição tanto demonstra que o mundo é complexo como exprime e valida a necessidade de pensar pela própria cabeça, sem receio do contraditório. Tal empenhamento, conforme aos valores da República, aprofunda a democracia e conduzirá certamente à alteração do comportamento político.

Sem querermos substituir-nos à interpretação que cada um faça da questão, fica patente a inconveniência da simplificação dos depoimentos e a falta de respeito que tal simplificação mediática pode representar perante aqueles que têm a coragem de tomar posição.

Alea jacta est!

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"Entendo que as pessoas e as instituições devem estar disponíveis para debater e esclarecer toda e qualquer questão colocada directa e indirectamente, por todos os meios, incluindo naturalmente a opinião bloguista, que apesar de não identificada, pelo simples facto de estar disponível á comunidade e pelo respeito de quem acede, justifica a resposta.

Contudo, a quantidade e diversidade, não permite ao cidadão o acompanhamento imediato de todos os espaços e consequentemente a resposta no imediato. Por essa razão, só agora me é possível fazer um comentário ao vosso post do passado dia 16/06... para que possa esclarecer, se assim o entenderem, no futuro, eventuais duvidas e comentários de peças jornalísticas que nem sempre traduzem o global da entrevista. Assim sendo, vou procurar ser o mais claro possível á vossa interrogação:

1- O actual edifício do mercado constitui um dos poucos edifícios públicos com dignidade e dimensão, no centro urbano da Covilhã, disponíveis para fruição pública.
2- A existência do mercado naquele local, constitui uma peça fundamental na actividade comercial da zona.
3- Qualquer alteração da mesma deve respeitar a valorização e qualificação da actividade na área urbana em causa.
4- A eventual mudança deve assegurar a continuação da actividade comercial até á eventual deslocalização.

Considerando estas e outras notas prévias, o que transmiti á RCB, entre outras questões institucionais, foi:

5- O mercado deveria manter-se no local, respeitando o formato inicial, antes das alterações para instalação do callcenter.
6- Não sendo, agora possível, a sua mudança deverá acontecer depois de estar efectivamente construída uma alternativa digna, evitando qualquer interrupção na actividade comercial e no interesse dos consumidores pelo mesmo.
7- A escolha da sua instalação no campo das festas é entendida como uma alternativa capaz de albergar a dita infra-estrutura, tendo em conta que o espaço em causa merece uma intervenção urbanística que o valorize e respeite a fruição pública.

Apesar de muito sucinto, espero ter sido claro ficando ao vosso dispor para o esclarecimento de qualquer detalhe ou aprofundamento que considerem necessários."

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