20081130

Covilhã 5 Estrelas. Há dúvidas?

A inércia e apatia da imprensa "local" faz supor que tudo vai bem no Município. Mas outros orgãos de comunicação social, atentos aos inúmeros sinais de colapso do modelo político-demagógico protagonizado por Carlos Pinto, transmitem uma imagem bem mais fiel deste modo eleitoralista e suicidário de "gestão" pública. Transcrevemos do Expresso uma extensa notícia sobre um caso que se afigura escandaloso, para o qual o Grémio* já havia alertado.
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Alegado recurso a verbas LEADER como saco azul para publicidade da câmara... "Dúvidas, muitas dúvidas - é o estigma que pesa sobre a nova campanha ‘Covilhã, Cidade 5 Estrelas’. - A polémica estalou na região por esta publicidade surgir ‘colada’ ao LEADER, programa comunitário destinado ao desenvolvimento dos meios rurais. E também pelo facto de o presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, presidir à Rude, associação responsável pela execução dos fundos LEADER na Cova da Beira. O autarca da Covilhã candidatou esta campanha para financiamento do programa comunitário, mas o gestor do LEADER já lhe pediu esclarecimentos, não tendo ainda obtido resposta. - A campanha ‘Covilhã, Cidade 5 Estrelas’ está a ser massivamente divulgada através de cartazes por toda a cidade, anúncios no estádio municipal e em publicações como o ‘Público’, ‘Visão’, ‘Caras’, ‘Lux’, ou mesmo a revista de bordo da TAP. Todos os anúncios ostentam o logótipo do LEADER e da Rude, sendo pouco claro se se trata ou não de publicidade camarária. - Presidida pelo autarca da Covilhã, a Rude é uma das 52 associações criadas em Portugal no âmbito do LEADER, que contam com fundos comunitários para acções de valorização do mundo rural (€4 milhões a €5 milhões foi a verba atribuída a cada associação no último Quadro Comunitário de Apoio). - Estranhando a falta de relação directa entre a campanha da Covilhã e os objectivos do programa comunitário, o gestor do LEADER já solicitou esclarecimentos a Carlos Pinto. - “Não pagamos essa campanha” - Enviada a 13 de Setembro, a carta do director-geral da Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (organismo que superintende as associações LEADER em Portugal) não teve ainda qualquer resposta por parte do presidente da Rude e da Câmara da Covilhã. - “Não pagamos essa campanha. Aguardamos esclarecimentos por parte da Rude”, garante Rui Baptista, chefe do LEADER a nível nacional, adiantando ter sido recebida uma candidatura da Rude no valor total de €800 mil, incluindo a campanha da Covilhã e várias acções na Cova da Beira. “O nosso sistema alertou-nos para a situação e bloqueámos o pagamento. É pouco habitual este tipo de despesas e não faremos transferência financeira enquanto não tivermos resposta ao nosso pedido de esclarecimento”, salienta o responsável do programa, frisando que “nenhum pagamento foi feito para esta campanha”. - No pacote de €800 mil da candidatura da Rude, a campanha da Covilhã foi a que “saltou à vista pelo tipo de acção”. São consideradas elegíveis para financiamento pelo LEADER as despesas da Feira de São Tiago, na Covilhã, que incluiu concertos de Luís Represas, João Gil, António Pinto Basto e João Braga, e apesar de não ter nenhum «stand» agrícola. “Mas as feiras funcionam muitas vezes como actividades de dinamização das zonas rurais”, faz notar Rui Baptista. - Numa avaliação das 52 associações de desenvolvimento rural financiadas pelo LEADER, a Rude figura em último lugar, com a pior taxa de execução de todas. “Tem sido sempre assim, desde o início”, refere o chefe do programa em Portugal. Em Junho, quando esta avaliação foi apresentada, a Rude tinha por executar €906 mil, o equivalente a 69% do Vector 1 e a apenas 24% do Vector 2 do Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola (FEOGA). Avizinhando-se um novo quadro comunitário, estes fundos ficariam ‘perdidos’ se não fossem aplicados até ao final de 2008. Foi depois desta apresentação pública, em Junho, que foi lançada a publicidade ‘Covilhã, Cidade 5 Estrelas’. A campanha está a ser fortemente contestada na blogosfera, onde lhe chamam “O (rude) desenvolvimento rural 5 estrelas” e inclusivamente acusam a associação Rude de funcionar como “um BPN pequenino”. - Quanto custou a campanha? - É um mistério, ao qual a Câmara da Covilhã não dá resposta. Sobre a nova campanha da cidade, o EXPRESSO tentou contactar Carlos Pinto, presidente da associação Rude e da Câmara da Covilhã, cujo gabinete informou que este se encontrava ausente toda a semana, mas que delegava o assunto no vereador Luís Barreiros. O vereador só quis responder ao EXPRESSO por correio electrónico e, questionado sobre os custos e a origem da campanha (se foi lançada pela Câmara ou pela Rude), apenas referiu que no âmbito do programa LEADER “foi aprovada uma [De qual entidade?] candidatura no valor de €40.112,92 pela Unidade de Gestão em regime de ‘overbooking’, isto é, sem garantia de qualquer comparticipação comunitária, não tendo o município até à data recebido um euro de comparticipação”. Conceição Antunes, EXPRESSO

3 comentários:

Anónimo disse...

Este Expresso precisa de um correctivo.

Mete-se com a publicidade paga pelo ministério da Agricultura na Cova, depois de ter publicado insinuações torpes de um fiscalista que diz que : "se um terreno pode ou não ser reserva agrícola é uma decisão da qual pode depender a fortuna de um empresário e do seu sócio oculto, emboscado num organismo público" [Saldanha Sanches, Expresso, 17/10/2001]

Este regabofe não pode ser senhor Balsemão.

"Ponha-se à tabela" que o ex-vice de Cavaco Silva vai bater-lhe à porta para ajuste contas.

Isto pode lá ser..... quem manda aqui "sou eu e mai nada", não é xô Pinto?

Anónimo disse...

Se não é a blogosfera,a apatia e o silêncio tomam conta da democracia no concelho da Covilhã.
Força grémio da estrela.
Força Carpinteira

Anónimo disse...

“O caso remonta a 1995, altura em que João Manuel Pinto comprou por 24 mil contos (120 mil euros em moeda actual) o direito de uso durante 20 anos, de terrenos na Covilhã que vendeu pouco depois por 70 mil contos (350 mil euros) à RUDE, associação presidida pelo seu irmão Carlos Pinto”
“Foram fabricados documentos com conteúdo falso, com o único objectivo de lhe permitirem a fuga ao imposto devido.“

O relatório das autoridades judiciais foi concluído em 2004. A imprensa regional ignorou o caso. Dizem que há um clima de medo instaurado no condomínio 5estrelas.
Até quando ?
http://carpinteira.blogspot.com/2008/12/rudezas.html