Até no insuspeito NC já ecoa a campanha Covilhã, Cidade 5 Estrelas. Citam Carlos Pinto, com cautela: “Essa notícia não tem por onde se lhe pegue. É só uma denúncia da ADERES para ver se consegue chatear a RUDE. (...) "Não há problema nenhum. A Câmara adjudicou uma campanha de publicidade e candidatou à RUDE. Ponto final, parágrafo. Tudo o resto é trica" (...) Sem que o assunto seja escalpelizado, surgem dúvidas sobre “um alegado recurso a verbas do LEADER como um saco azul para publicidade da Câmara”, como realça o Expresso. (...) Carlos Pinto, na última sexta-feira, 6, informou que este mês a campanha vai voltar a estar nas páginas da imprensa nacional."
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Significarão estas palavras, como se lê no Máfia da Cova, que Carlos Pinto, presidente da Câmara, terá submetido a Carlos Pinto, presidente da(s) Rude(s), a aprovação daquela campanha publicitária?
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Significarão estas palavras, como se lê no Máfia da Cova, que Carlos Pinto, presidente da Câmara, terá submetido a Carlos Pinto, presidente da(s) Rude(s), a aprovação daquela campanha publicitária?
4 comentários:
Esta polémica sobre o financiamento da campanha e as aparentes "duplicações de personalidade" dos seus promotores é interessante, mas há outras questões que ainda não vi debatidas: qual o interesse desta campanha publicitária? O que se pretende conseguir com ela? Que esperança há que os objectivos sejam atingidos? Como se avalia o seu cumprimento? Como se verá, daqui a algum tempo, se valeu a pena? Não se está, apenas, a deitar dinheiro fora?
Pessoalmente, penso que publicidade é para vender sabonetes. Logo, acredito que o efeito desta campanha será nulo.
Não é só sabonetes, ljima. Quantas vezes a publicidade serve para alimentar a máquina de lavar dinheiro e financiar de modo mais ou menos subreptício os comendatários ou os grupos que estes representam?
O caso vertente afigura-se muito grave, essencialmente sob o ponto de vista ético.
Uma associação cuja principal missão é promover o desenvolvimento rural deve ocupar-se desse âmbito. E a Rude, manifestamente, não o tem feito.
Depois, quem administra dinheiros públicos deve explicações à sociedade, não pode ficar "ofendido" de cada vez que são questionados os seus métodos, mais ou menos despóticos, nem as suas opções, mais ou menos acertadas.
Eficácia? Parece-nos que 100.000,00€ seriam bem melhor aplicados em apoios à carente produção rural. Coisa que, pelos vistos, tem interessado pouco à Rude.
Agora, esta campanha já atingiu alguns méritos: mais que desmascarar, ajudou-nos a intuir vontades ocultas...
"A associação de Desenvolvimento Rural Estrela – Sul (ADERES), num comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, vem requerer que Carlos Pinto prove junto da comunicação social e da ADERES, as acusações feitas à este organismo no final da última reunião da câmara municipal da Covilhã. Se não o fizer, defende o presidente da ADERES deve pedir desculpas. (...) O comunicado termina visando Carlos Pinto: “para que não fique sempre intitulado como o presidente mentiroso deve fazer prova junto da comunicação social e da ADERES sobre a autoria das denúncias. Não o fazendo deve apresentar publicamente um pedido de desculpa à ADERES pelo seu engano”"
http://rcb-radiocovadabeira.pt.testeurl.com/pagina.php?cod=1442
Comissão Política Concelhia
Comunicado
Pura campanha eleitoral, é assim que o PS entende a campanha “Covilhã 5 estrelas”, as cartas enviadas aos cidadãos dando conta de infraestruturas realizadas, ou os placards completamente inúteis dando conta de uma qualquer melhoria.
Mas independentemente de todos os problemas de ética que estas questões podem levantar, delas não viria mal maior ao mundo se não utilizassem financiamentos indevidos e mais grave ainda, destinados ao território que maiores problemas tem quer ao nível económico quer aos níveis social e cultural, o MUNDO RURAL.
Dos vários anúncios que integram a campanha “Covilhã 5 estrelas” não vimos um único que promova as aldeias do concelho, ou os produtos de qualidade que poderão dar visibilidade ao mundo rural, a floresta ou o ambiente, não faz por isso qualquer sentido que a referida campanha seja financiada com os dinheiros de um programa destinados ao mundo rural, o leader +. Esta questão torna-se ainda mais grave se tivermos em conta que o GAL que gere estes dinheiros, a RUDE, é presidida pelo presidente da câmara o qual deveria promover de forma equitativa todo o concelho e afinal não é isso que está a acontecer, está a retirar meios ao mundo rural para financiar os pólos urbanos e isto não acontece só com a campanha cinco estrelas, através dos jornais tivemos também conhecimento que a feira de São Tiago recorre ao fundo do leader quando a sua componente rural é quase nula, e não vai de forma directa ou indirecta dinamizar o desenvolvimento no Sarzedo ou na Aldeia de S. Francisco de Assis.
É já conhecido e não é de agora o mau funcionamento da RUDE que ocupa aliás o “honroso” ultimo lugar na avaliação dos 52 GAL com a pior taxa de execução.
Talvez o problema resida na falta de projectos nos quais se deveriam aplicar as devidas verbas.
Assim e porque sempre defendemos que a oposição não se faz através da critica pela critica com o objectivo do deita abaixo sem apresentar soluções alternativas gostaríamos de deixar aqui algumas sugestões para a aplicação dos dinheiros do leader+.
Antes de mais acreditamos que seria da maior utilidade a divulgação do programa Leader e dos objectivos da RUDE nas diferentes freguesias rurais de modo a captar e envolver parceiros no pretendido desenvolvimento, pois decerto muitas associações e até vários autarcas desconhecerão de que forma poderão beneficiar o seu território através do Leader.
A produção de reconhecida qualidade deve ser estimulada, temos um leque muito vasto de produtos de excelência que é necessário promover e divulgar, falamos dos vinhos, dos queijos, que actualmente tanto sucesso tem tido por esse mundo fora, da cereja, dos enchidos e poderia dar muitos outros exemplos. Estes produtos são muitas vezes oriundos de pequenas explorações e produzidos segundo métodos artesanais.
Estes métodos muitas vezes não são compatíveis com a actual legislação comunitária, é por isso importante não só que os produtores sejam formados e informados das condições de higiene e confecção dos produtos como sejam ajudados a realizar projectos que lhes permitam produzir nas condições desejáveis.
Por outro lado as associações e autarquias deverão levar a cabo processos de promoção e divulgação entre os quais se destaca a realização de certames, existem a este nível alguns bons exemplos, no concelho, do que pode ser feito é o caso das feiras da Castanha e da Cereja no Ferro, e do festival da cherovia. Seria bom que cada freguesia pudesse realizar pelo menos um certame anual.
Assim gostaríamos de focar um outro aspecto que não tem merecido a necessária atenção por parte da RUDE e demais organismos públicos e associativos, trata-se do património edificado no meio rural sobretudo o de cariz popular. Apesar de constituir um dos aspectos mais marcantes da paisagem, nada tem sido feito para salvaguardar a habitação tradicional, o moinho, o palheiro ou a levada. Estes elementos são dos principais factores intervenientes na criação de identidades mas a sua destruição e adulteração é preocupante. A autarquia não tem qualquer registo destes elementos, pelo que a sua preservação se torna difícil. (apesar do PS já ter apresentado, na Assembleia Municipal, uma proposta que visava a inventariação deste património). Muitas vezes desaparecem construções sem que ninguém saiba que alguma vez existiram. Torna-se por isso necessário a elaboração de inventários e planos pormenor que permitam não só a sua salvaguarda mas o estabelecimento de tipologias que permitirão aos técnicos dos departamentos de urbanismo uma melhor actuação na análise de projectos de restauro e reconstrução.
O rejuvenescimento do mundo rural é, cada vez mais, uma necessidade premente que não pode jamais ser visto como mera nostalgia. Se queremos um concelho melhor, mais activo e empreendedor não poderemos esquecer o seu meio rural, pois nele residem factores de ordem económica social cultural e ambiental que determinarão qual o tipo de desenvolvimento que teremos. Por isso as propostas e reflexões apresentadas.
A luta por um meio rural vivo é a certeza de um concelho melhor.
Covilhã, 13 de Dezembro de 2008.
Comissão Política Concelhia
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