20090617

Fantasia 15 - Pelourinho

A gesta fantasiosa do executivo encabeçado por Carlos Pinto procura novo fôlego -os anos pesam, e a consciência também, certamente- perante a aproximação do acto eleitoral. No seguimento das anteriores maravilhas, como a transformação do Pelourinho numa rotunda/cromeleque gigante (na imagem), a quimera de um condomínio 5 estrelas continua a autorizar as mais disparatadas alquimias amnésicas, na tentativa de fazer esquecer os sucessivos falhanços estratégicos, por exemplo, da SRU Nova Covilhã. Esta mesma elite especializada em anunciar o que fará e o que não fez com o mesma naturalidade do que desfez, volvidos 16 anos, alienada dos problemas reais das pessoas, como o desemprego galopante..., limita-se a animar a malta, "revivendo" um passado mítico, incapaz de inventar o futuro, numa trágica propensão para o abismo, como nota o Carpinteira:

"Depois de 8 anos [16, não?] de falhanço completo na requalificação do centro historico, a Administração apresenta um projecto de cara lavada e "respeito pelo passado", numa rua, onde as casas continuam a cair aos bocados" "(Re)viver o pelourinho é mais uma arenga fabulosa da Administração pra gáudio dos basbaques [programa no Máfia da Cova, que se presta ao frete]. São momentos como este, que nos dão a conhecer o verdadeiro significado de democracia participativa no condomínio. Trata-se d’um evento extraordinário, promovido pelos coveiros do centro da cidade e do comércio tradicional. Nem a propósito; recordamos hoje, uma inolvidável (re)vivência festiva no Pelourinho, faz precisamente um ano".

2 comentários:

Ana disse...

Estas imagens são um documento de valor pedagógico inestimável! Uma remete para o que primitivamente o Homem fazia e a outra para o que faz a primitiva mente do homem. Parabéns!

O citador disse...

«(Re)viver o quê no Pelourinho?

A falta de pudor é aquilo que mais me incomoda nesta iniciativa. A morte do Pelourinho há muito que foi anunciada.

Apoiou-se a abertura de Centros Comerciais em número suficiente para que o comércio tradicional não sobrevivesse (do Feira Nova ao Serra Shopping e há mais na cartola), deslocaram-se equipamentos para a periferia (veja-se a biblioteca, o Centro de Saúde ou a PSP), procedeu-se à demolição sem critério das habitações antigas, através da SRU (veja-se Santa Maria, por exemplo), criou-se uma praça central onde o automóvel tem prioridade (no estacionamento, nas rotundas,…) e um espaço árido onde o peão passa mas não para. Os cafés converteram-se em bancos e o teatro manteve-se só ao nível das condições básicas de sobrevivência.


A falta de decoro desta iniciativa enoja pela irresponsabilidade de todos os que contribuíram para a morte do Pelourinho. Vêm agora falar em reviver! É lata a mais celebrar o defunto.»

carpinteira.blogspot.com