20100523

Acédia

"...vivemos tempos de intensa acédia, de enfraquecimento da vontade, inércia, tibieza, preguiça, indiferença moral a tudo. E, pior ainda, atacamos com veemência todos os que denunciam a acédia, como se a mera presença de alguém que não aceita a resignação abúlica fosse um maior mal, um irritante impossível de aceitar, uma fonte de mal-estar que precisa de ser extirpado para se poder voltar à normalidade da "abulia espiritual"... a acédia adormece o carácter cívico da sociedade sem o qual a democracia não sobrevive. Cria poltrões habilidosos em esconder que estão a dormir em vez de ler, porque dá muito trabalho. Cria um país ao qual se pode fazer tudo, desde que não se seja descoberto. Ou melhor, desde que não se seja descoberto de modo muito descarado..." Pacheco Pereira

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